A PrEP (profilaxia pré-exposição) consiste em uma maneira alternativa (em relação à camisinha) de se proteger do vírus HIV, causador da AIDS. Existe desde 2012 nos EUA e já foi adotada em vários países. Está disponível no Brasil desde 2016 mas infelizmente a divulgação é tão ruim que praticamente ninguém nunca ouviu falar.
A PrEP é muito simples: basta tomar um comprimido ao dia. Fazendo isto você estará protegido de contrair o HIV, mesmo que abandone a camisinha em suas relações sexuais.
A PrEP funciona como uma proteção biológica: seu corpo, ao ter contato com o vírus HIV, irá conseguir eliminá-lo do organismo, impedindo assim que seja infectado.
A eficácia da PrEP foi comprovada por inúmeros estudos científicos [fonte]. É um método de sexo seguro aprovado pela Organização Mundial de Saúde [fonte] e por diversos países [fonte], incluindo o Brasil [fonte].
A PrEP (profilaxia pré-exposição) é um comprimido que deve ser tomado ANTES da relação sexual de risco. A PrEP deve ser tomada antes da relação sexual e por mais alguns dias após a relação, e com isto a pessoa estará protegida de contrair o HIV.
A PEP (profilaxia pós-exposição) é para ser usada após a relação de risco (caso a pessoa não use PrEP). É um tratamento forte e que deve ser iniciado até 72 horas após a relação de risco para evitar a infecção pelo HIV e deve ser tomado por 28 dias. Caso a pessoa tenha novas relações de risco e não esteja protegida pela PrEP, deverá fazer a PEP novamente.
É como se a PrEP fosse uma pílula anticoncepcional de uso continuo, e a PEP a “pílula do dia seguinte”, para uso emergencial.
Sim. O objetivo da PrEP é impedir que uma pessoa seja infectada pelo HIV. Se você já está infectado com o vírus, deve fazer o tratamento adequado. A PrEP não é um tratamento para a infecção pelo HIV, e sim uma maneira de impedir que a infecção aconteça em primeiro lugar.
A PrEP não é um tratamento para a infecção pelo HIV, e sim uma maneira de impedir que a infecção aconteça em primeiro lugar. Se você já está infectado com o vírus, já é tarde demais para fazer a PrEP, e você deve fazer o tratamento apropriado. A PrEP impede que a infecção ocorra, mas não tem como curar nem reverter a infecção pelo HIV se ela já ocorreu, inclusive seu uso por quem é soropositivo pode causar problemas ao tratamento.
A PrEP pode ser interrompida a qualquer momento. No entanto, você deve tomar o medicamento por mais alguns dias após a última relação de risco para garantir que o vírus não se instale em seu corpo. Lembrando que ao parar a PrEP você deixará de estar protegido do HIV em futuras relações sexuais sem preservativo.
A PrEP é indicada para qualquer pessoa sexualmente ativa, adolescentes e adultos, de qualquer gênero ou orientação sexual, de acordo com as diretrizes do CDC americano (órgão de saúde do governo dos EUA) [fonte]
A PrEP pode ser usada por pessoas de todos os gêneros (homens, mulheres, trans, cis, pessoas não binárias, etc) de todas as orientações sexuais (hétero, homo, bi, poli, pan, etc). A PrEP pode ser uma ferramenta útil para qualquer grupo populacional.
Não há nenhuma contra-indicação, inclusive o CDC americano (órgão de saúde do governo dos EUA) recomenda a PrEP para adolescentes também [fonte].
Truvada e Binav são nomes comerciais, de fabricantes diferentes, do medicamento usado na PrEP. Os dois têm a mesma composição (mesmos princípios ativos, na mesma quantidade) e portanto são equivalentes. Está disponível também para venda no Brasil o genérico.
É este medicamento que te protege de ser infectado pelo HIV se você fizer sexo sem camisinha. O Truvada, Binav e o genérico contém dois princípios ativos no mesmo comprimido: tenofovir 300 mg e entricitabina 200 mg. Estas substâncias impedem o vírus HIV de penetrar e se multiplicar nas células e fazem com que seja possível o corpo eliminar o vírus, ao invés de ser infectado por ele.
Ela foi aprovada pelas autoridades de saúde dos EUA em 2012 e está disponível por lá desde então. Também está disponível já há algum tempo no Canadá, Austrália, França, Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido, Israel, Turquia, Tailândia, Filipinas, China, India, Nigeria, Kenya entre outros países. A lista completa está aqui.
No Brasil o Truvada chegou em 2016 nas farmácias privadas e desde então já era possível fazer a PrEP procurando um médico particular e comprando o medicamento na farmácia.
No início de 2018 passou a ser disponibilizada de forma gratuita pelo SUS.
Em 2019 o laboratório brasileiro Blanver começou a vender o Binav e o genérico, ambos equivalentes ao Truvada.
Embora cada corpo reage de forma diferente, a maioria das pessoas não sente nenhum efeito colateral com a medicação. Entre as poucas pessoas que sentem, entre eles geralmente estão o cansaço, queda na libido, náusea e diarréia. Costumam reportar que estes efeitos colaterais vão embora após alguns dias, no máximo algumas poucas semanas. A maioria das pessoas, no entanto, não sente efeito colateral nenhum, mesmo no início.
A PrEP é uma ferramenta que pode ser usada com vários propósitos. Você pode usar a ferramenta para a situação que melhor se aplica ao seu caso. Veja mais detalhes na pergunta abaixo: “Substitui a camisinha? Ou é pra usar em conjunto? Prevenção combinada?”
A grande maioria dos usuários tolera bem a PrEP, mas em uma minúscula parcela das pessoas ele pode causar problemas nos rins (o que é raríssimo de acontecer, mas não impossível). Então, é importante fazer acompanhamento com um médico, que vai te solicitar exames periódicos para saber se está tudo bem com o seu corpo durante o uso da PrEP. Além disso, seu médico poderá aproveitar a oportunidade para pedir exames das outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), desta forma, caso contraia uma delas, poderá iniciar o tratamento mais cedo visando a uma cura mais rápida.
Sim, existem vários estudos científicos feitos ao redor do mundo comprovando sua eficácia. A PrEP diminui em 99% o risco de contair o HIV. [fonte]
Não! Quando falamos em porcentagem de proteção da PrEP, estamos falando a porcentagem da redução de risco. Estudos recentes indicam a eficácia da PrEP de 99% de redução de risco. Isto não signifca que há 1% de chance de contrair o HIV. Isto significa que, por exemplo, uma relação anal receptiva com ejaculação dentro, da qual há o risco de 1,43% de contrair o HIV se seu parceiro estiver infectado [risco de cada exposição], este risco de 1,43% é reduzido em 99%. Então a probabilidade de você contrair o HIV com a PrEP é muito menor que 1%. Aqui lista a probabilidade de contrair o vírus de alguém infectado com o HIV, com carga viral desconhecida, para vários tipos de atos sexuais: confira a tabela
Embora nada na medicina é 100% garantido, as chances são remotas. Quando sai alguma notícia dizendo que houve alguém infectado mesmo tomando PrEP, quando vão investigar a fundo, na esmagadora maioria dos casos a falha da PrEP ocorreu porque a pessoa não tomava os comprimidos corretamente (por exemplo, esquecia-se com frequência). Em um universo de centenas de milhares de pessoas tomando PrEP, só há conhecimento de 4 casos de falha que ocorreram mesmo com a adesão correta do usuário a PrEP. É mais fácil você ficar multimilionário ganhando na Mega Sena acumulada do que a PrEP falhar. [fonte]
A lista dos estudos científicos que comprovam a eficácia da PrEP pode ser consultada neste link
Em diversos países existem propagandas de TV divulgando a PrEP, cartazes nas ruas, outdoores, campanhas de informação na mídia, em rádios, reportagens na imprensa, etc.
No Brasil temos uma situação curiosa: embora a PrEP exista e esteja disponível em nosso país desde 2016 (2018 pelo SUS), não há nenhum esforço e parece não haver interesse em divulgar a PrEP, seja pelo governo, por médicos ou pela própria indústria farmacêutica.
Inclusive esta situação leva algumas pessoas a pensarem que a PrEP não é tão eficaz, afinal, pensam: se fosse eficaz, estariam divulgando aos 4 ventos para as pessoas usarem a PrEP, e isto não acontece no Brasil
A PrEP é extremamente eficaz [fonte] e amplamente divulgada em meios de comunicação de massa em diversos países. Não sabemos explicar o porquê isto não acontece no Brasil nem o porquê há essa falta de interesse das autoridades, médicos e da indústria farmacêutica em divulgar a PrEP por aqui.
A PrEP substitui a camisinha para fins de prevenção do HIV. No entanto, a PrEP não protege contra outras DSTs nem impede a gravidez.
A PrEP pode ser usada sem a camisinha, ou com a camisinha para conferir uma proteção adicional contra outras DSTs e gravidez. Os dois usos são válidos.
Embora não haja nenhum problema em usar a PrEP como uma camada adicional de proteção em caso de falha da camisinha, a medicina trabalha com um paradigma de “quanto menos remédio, melhor”. Como todos os remédios podem causar efeitos colaterais e interações com outros medicamentos, além de sobrecarregar o corpo, normalmente os médicos procuram prescrever medicamentos somente quando não há outra alternativa.
A camisinha já é uma excelente maneira de se proteger do HIV, com uma alta taxa de eficácia se for usada corretamente. Acreditamos ser um exagero sobrecarregar seu corpo para se proteger de algo que você já está protegido de outra forma; mas se mesmo com camisinha o ato sexual te deixa tenso, preocupado com a possibilidade, por mais baixa que seja, da camisinha falhar e você contrair o HIV, a PrEP pode ser uma opção válida. Somente você pode decidir se este é o melhor caminho para você.
Saiba também que se você não fizer a PrEP e contar apenas com a camisinha para te proteger contra o HIV, e esta por algum motivo estourar ou falhar, você pode fazer fazer a PEP (profilaxia pós-exposição), que consiste em iniciar um tratamento preventivo em até 72 horas após a exposição.
Sim, a PrEP é super recomendada para se proteger do HIV se você costuma fazer sexo sem camisinha.
Sim.
Com a introdução da PrEP no SUS em 2018, a (extremamente tímida) campanha de divulgação feita pelas autoridades de saúde brasileiras têm dito que o PrEP faz parte de uma estratégia chamada “Prevenção Combinada”.
Para quem ouve falar nisso pela primeira vez na vida, pode dar a impressão que se trata unicamente de uma proteção adicional à camisinha. Como se fosse obrigatório o uso da camisinha para quem faz PrEP. Afinal, a palavra “prevenção” neste contexto, para quem nunca ouviu falar na PrEP, imediatamente nos trás à cabeça a figura do preservativo; e a palavra “combinada” significa “duas ou mais coisas juntas”. Então, nada mais natural do que ter esta interpretação da expressão “Prevenção Combinada”, não é mesmo?
No entanto, não é isso que as autoridades de saúde querem dizer. Com a expressão “prevenção combinada”, o que elas realmente querem dizer é que existem várias formas de prevenção que podem ser combinadas entre si (PrEP, PEP, tratamento como prevenção, testagem dos parceiros - e sim, ela também, a camisinha, entre outras maneiras). Desta forma a pessoa pode escolher e combinar as melhores estratégias que se adaptam à ela para sua proteção - e deixar de lado aquelas ferramentas que não funcionariam para ela (como, por exemplo, a camisinha). Inclusive este termo “Prevenção Combinada” já era usado pelo SUS antes da PrEP chegar por aqui.
Infelizmente o uso desta expressão "Prevenção Combinada" por parte das autoridades de saúde no Brasil tem causado mais confusão, devido à ambiguidade desta expressão.
Frisando que de fato a PrEP pode ser usada como proteção adicional à camisinha, mas também é recomendada para quem faz sexo sem camisinha, e é extremamente eficaz para proteger este público de contrair o vírus HIV. Ou seja, não é obrigatório o uso da camisinha para quem faz PrEP. Muito pelo contrário. A PrEP impede a infeção do vírus HIV e o destrói caso seu corpo entre em contato com ele. Com ou sem camisinha. O uso do preservativo para o usuário da PrEP é opcional, e a decisão de usar ou não o preservativo, com seus prós e contras, só pode ser feita pelo próprio usuário.
Não. Quem utiliza a PrEP está ciente que pode contrair outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) caso não se proteja contra elas.
A PrEP não é um anticoncepcional, portanto não impede a gravidez.
O perigo seria se não contássemos com a PrEP para nos proteger do HIV. Inclusive, de acordo com a nova definição da Organização Mundial da Saúde, a definição de “sexo seguro” agora também inclui o sexo sem camisinha, mas com a PrEP. Afinal a PrEP oferece uma segurança biológica e não de barreira (como a camisinha). Então, se a PrEP dá segurança para a pessoa não usar camisinha, não há problema nisso, pois a camisinha não é a única maneira de se proteger. A PrEP permite justamente isto: fazer sexo sem camisinha e continuar seguro. Em relação às outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), leia o que escrevemos acima.
Você pode ter acesso à PrEP por dois caminhos diferentes:
A PrEP pode ser feita independentemente onde você mora. Você pode consultar os locais onde a PrEP é disponibilizada de forma gratuita nesta lista. Mesmo se não estiver disponível na sua cidade, provavelmente terá uma cidade perto de você onde é oferecida. Basta deixar de preguiça e dar um pulinho lá.
Se o SUS não oferecer a PrEP na sua cidade, você pode comprar online em uma das farmácias que vendem a PrEP e mandar entregar diretamente na sua casa, em qualquer lugar do Brasil (veja mais detalhes abaixo).
Consulte a lista das unidades do SUS que oferecem a PrEP.
Qualquer pessoa com mais de 15 anos de idade, independente do gênero (homens, mulheres, trans, cis, pessoas não binárias, etc) e da orientação sexual (hétero, homo, bi, poli, pan, etc). [fonte]
Você pode procurar um médico particular (ou do seu plano de saúde/convênio) e comprar a PrEP diretamente de uma farmácia no Brasil, com preços acessíveis (veja aqui a lista das farmácias no Brasil que vendem a PrEP) ou então comprar pela internet um genérico indiano (mais detalhes abaixo). É também possível retirar gratuitamente a PrEP pelo SUS mesmo que tenha sido prescrita por um médico particular ou do seu plano de saúde/convênio. Neste caso, o processo é bem mais burocrático do que simplesmente comprar na farmácia com seu dinheiro, veja mais detalhes aqui
Sim, embora seja um processo um pouco burocrático, veja mais detalhes aqui.
As farmácias que vendem a PrEP no Brasil são estas:
Lojas virtuais (compre online e receba na sua casa):
Obs: Preços das lojas virtuais verificados em verificado em 25/05/2022, sujeitos a alteração para mais ou para menos. Como as farmácias estão constantemente alterando os preços (seja para cima, com reajustes, ou para baixo, com promoções), os preços nesta página podem estar desatualizados. Embora tentaremos atualizar com frequência.
Existe também a Venlibre, que é um serviço que oferece teleconsulta com um médico infectologista especializado em PrEP e entrega a PrEP na sua casa, mas por enquanto só estão disponíveis em algumas cidades.
Lojas físicas:
Tanto o genérico como o Truvada e o Binav têm a mesma composição (entricitrabina 200 mg + tenofovir 300 mg) e portanto são equivalentes e fazem o mesmo efeito, têm a mesma eficácia e a mesma segurança.
Você também pode comprar um genérico indiano pela internet e mandar entregar na sua casa no Brasil. O preço custa em torno de US$ 20 por um frasco com 30 comprimidos. Veja mais detalhes sobre esta alternativa abaixo.
Sim, para a compra é exigida a receita/prescrição médica (receituário branco simples). Não é necessário retenção da receita. Qualquer médico de qualquer especialidade pode receitar a PrEP, no entanto, dada a péssima divulgação mesmo entre profissionais da saúde, o ideal é ir a um infectologista, pois médicos de outras especialidades podem nunca ter ouvido falar na PrEP, ou se já ouviram falar, não se sentirem confiantes para fazer a prescrição.
Sim, do laboratório Blanver e seu preço gira em torno de R$ 150.
A Índia é um dos países líderes na produção de medicamentos genéricos e estes são exportados para vários países de primeiro mundo com controles de qualidade rigorosíssimos. A alta qualidade e confiabilidade dos genéricos indianos são indiscutíveis. Muitos usuários da PrEP ao redor do mundo utilizam os genéricos indianos. [Aqui estão alguns artigos comprovando a eficácia e segurança dos genéricos indianos da PrEP: 1, 2, 3]
A Anvisa permite a compra e importação de remédios do exterior para o Brasil, contanto que seja para uso pessoal. Não há cobrança de imposto de importação.
Os principais laboratórios que fornecem genéricos da PrEP são: Mylan, Hetero, Cipla e Emcure. O preço gira em torno de US$ 20 por um frasco com 30 comprimidos.
Existem duas farmácias online confiáveis que entregam no Brasil:
Ao fechar o pedido, é necessário anexar 1) seu documento de identificação; 2) prescrição médica; e 3) carta explicando o motivo da compra (para as autoridades alfandegárias). A entrega via Fedex chega por volta de 10 dias, e a entrega via Correios pode levar entre 1 a 3 meses.
Se o pedido for entregue via Correios, é importante ficar de olho no rastreamento pelo site dos Correios, pois assim que o pedido chega ao Brasil, é necessário: 1) informar o seu CPF no site dos Correios para liberação alfandegária; e 2) pagar o despacho postal de R$ 15 pelo site dos próprios Correios, senão o objeto não será entregue.
Embora nunca ouvimos falar em problemas em comprar genéricos da PrEP do exterior (inclusive conhecemos várias pessoas que fazem isso), para não haver problemas com a liberação alfandegária, não é recomendado pedir mais do que 90 comprimidos (ou seja, 3 frascos) de uma vez só. Embora a possibilidade de você ter problemas na liberação alfandegária é baixíssima, não é nula. Na pior das hipóteses o seu pacote ficará retido e será devolvido ao remetente. É importante garantir que a documentação está correta na hora da compra para não haver problemas com a liberação alfandegária.
Existem duas maneiras de tomar a PrEP:
Você continuará protegido, pois a medicação estará acumulada no sangue. Mas se começar a esquecer com frequência, o nível de proteção da PrEP poderá ser diminuído. O ideal é se organizar com um porta comprimidos ou com lembretes no celular para tomar o comprimido “mais ou menos” no mesmo horário, todos os dias, no caso da PrEP de uso contínuo. Já a PrEP de uso intermitente não dá essa margem e seu nível de proteção realmente irá cair bastante caso esqueça de tomar.
Os médicos dão conselhos de saúde com as melhores inteções. Afinal, quem já ouviu um médico recomendar você ir à lanchonete e pedir um X-bacon triplo com tudo, cheio de colesterol? Ou então algum médico dizer que não há problemas em ir ao bar e beber bastante chopp?
O papel do médico é proteger sua saúde ao máximo. E existem outras infecções sexualmente transmissíveis, embora de gravidade muito menor do que o HIV. Então é parte do trabalho do médico te orientar no sentido de deixar sua saúde a mais segura possível.
Mas muitos conselhos que médicos dão dizem respeito mais a um “mundo ideal” do que no “mundo real”. Por exemplo, existe médico que fuma. Existe médico obeso. Existe médico que no consultório diz para o paciente não consumir colesterol, mas chega em casa e cai de boca no bacon. Existe dentista que orienta a criança a não consumir doces para não ter cáries, mas entre uma consulta e outra não resiste a um docinho para enganar o estômago.
Por exemplo, há alguns sexólogos na mídia que pregam que um casal monogâmico, juntos há 20 anos, deve usar o preservativo em todas as relações sexuais, sem exceção. Embora não temos estatísticas oficiais, pelo bom senso podemos saber que a maioria dos casais monogâmicos há tanto tempo junto não usam preservativo - e não estão agonizando nos hospitais cheios de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis).
Leia as outras perguntas e respostas que escrevemos sobre este assunto. O uso ou não da camisinha é uma escolha sua e seu médico deve respeitá-la.
Todos os estudos até hoje indicam a altíssima proteção da PrEP mesmo com a carga viral do parceiro alta. Seu médico não sabe do que está falando, procure outro médico.
A comunidade médica e científica internacional já chegou ao consenso sobre a eficácia e confiabilidade da PrEP baseada em inúmeros estudos realizados. Seu médico não sabe do que está falando, procure outro médico.
Nenhum estudo até hoje demonstrou isto. Seu médico não sabe do que está falando, procure outro médico.
A PrEP intermitente teve sua eficácia comprovada em estudos cientificos internacionais [fonte] e é aprovada como política oficial de prevenção em alguns países, junto com a PrEP contínua. Seu médico está desatualizado. Embora no Brasil a PrEP intermitente ainda não foi oficializada e seu uso é "off-label", acreditamos ser uma questão de tempo até a PrEP intermitente ser oficializada por aqui.
O Truvada, Binav e o genérico são medicamentos legalizados no Brasil, com registro na Anvisa e a venda dos mesmos são autorizadas pelas autoridades brasileiras. Não existe nenhuma norma que impeça a comercialização do medicamento por uma farmácia, contanto que seja mediante a receita médica. Além disso a Anvisa permite a importação de medicamentos comprados no exterior para uso pessoal. Seu médico não sabe do que está falando, procure outro médico.
Também gostaríamos de saber a resposta para esta pergunta.